Na pauta do primeiro programa partidário do PSB, estão o posicionamento da legenda em relação à crise financeira internacional e as possíveis soluções para sua superação e a consolidação de uma nova ordem mundial, pautada segundo as diretrizes de desenvolvimento econômico e socialmente sustentável.
O presidente do PSB, governador de Pernambuco Eduardo Campos, o deputado federal, Ciro Gomes (CE) e os líderes na Câmara e no Senado, deputado Rodrigo Rollemberg e senador Antônio Carlos Valadares vão defender pontos prioritários como a implantação de medidas tributárias capazes de estimular a geração de empregos e a criação de políticas mais ativas no combate aos desequilíbrios regionais.
“Convidamos toda a militância do nosso Partido para assistir ao programa desta quinta-feira para que possamos, juntos, enfrentar com firmeza os desafios impostos pela crise financeira”, declarou Eduardo Campos.
No final do ano passado, o Partido divulgou nota oficial sobre a crise financeira internacional. Confira abaixo a íntegra da nota.
DIRETÓRIO NACIONAL DO PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO NOTA SOBRE A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL
Reunido no Recife, capital do estado de Pernambuco, em 11 de dezembro de 2008, o Diretório Nacional do Partido Socialista (PSB) torna pública, pela presente nota, sua posição sobre a crise econômica mundial e seus desdobramentos no País:
1. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescerá acima de 5% (cinco por cento) em 2008, em prosseguimento à série de avanços registrados nos últimos anos. Ainda assim, 2009 se apresenta com uma interrogação: o Brasil terá como manter taxas positivas frente à crise presente do capitalismo? Trata-se de um enorme desafio, que deve ser enfrentado não apenas pelas vias convencionais das formulações econômicas. Ele demanda o aprofundamento do debate político, em torno da superação dos obstáculos, que vá além de arranjos que apenas tentem remediar o novo impasse do capitalismo.
2. Crises cíclicas são inerentes ao capitalismo, de modo especial em economias desregulamentadas. Na crise atual, fruto do modo de acumulação capitalista, as saídas que estão sendo trabalhadas buscam apoio na ação dos governos e nos benefícios e empréstimos dos bancos públicos, contrariando o fundamentalismo neo-liberal. O Brasil precisa refletir profundamente sobre essa lição. Neste País, por décadas, se assistiu ao desmonte planejado do Estado e à imposição de um “pensamento único” que depositava, nas mãos do mercado, a solução para os problemas nacionais. O resultado foi concentração de renda, fragilidade financeira e incapacidade de o Estado atuar soberanamente em contextos de riscos.
3. Deixar evidente, como toda clareza, a falência do modelo neo-liberal é a primeira oportunidade política que a crise oferece às forças populares e progressistas. A segunda oportunidade é avançar em soluções que tenham por objetivo não salvar apenas banqueiros e grandes empresários que apostaram no entesouramento e na especulação. Mas sim investir naquelas que se orientem pelas necessidades concretas da imensa maioria de trabalhadores do campo e das cidades, assalariados, profissionais liberais, pequenos e médios empresários brasileiros, maiores vítimas de um processo de retração econômica.
4. Dessa forma, defende o Diretório Nacional do PSB:
a) o fortalecimento do mercado interno, mediante políticas que garantam a oferta de crédito para as famílias e as empresas e o poder de compra dos salários;
b) a manutenção e ampliação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), notadamente no que concerne a obras de infra-estrutura e em setores estratégicos;
c) a ampliação dos programas de proteção social, especialmente os direcionados para as famílias mais pobres, os desempregados e os jovens;
d) a adoção de uma nova política de juros, que faça crescer os investimentos e responda à retração econômica imposta pela crise financeira mundial; bem como ter atenção especial aos ataques especulativos da nossa moeda;
e) a implantação de medidas tributárias capazes de estimular a geração de empregos nas zonas urbana e rural;
e) a implantação de medidas tributárias capazes de estimular a geração de empregos nas zonas urbana e rural;
f) políticas mais ativas de combate aos desequilíbrios regionais.
5. Entende o Diretório Nacional do PSB que o Brasil, pela solidez de suas reservas, dimensão de seu mercado interno, diversidade e riqueza de seus recursos naturais, tem as condições necessárias para enfrentar os efeitos da crise e dela sair ainda maior nos campos econômico, social e político. Mas para tanto é essencial que, em nenhum momento, se perca, na busca de soluções, o foco dos interesses dos trabalhadores e dos excluídos. Nesse sentido, o PSB exercerá, por dever, a crítica política, com firmeza e lealdade, em nome do País soberano, justo e democrático que estamos construindo, com a força e a unidade de todos os brasileiros.
Recife – PE, 11 de dezembro de 2008
Governador Eduardo Campos
Presidente Nacional do PSB
Fonte: Vera Canfran - Assessoria de Comunicação do PSB
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